Uma universidade assenta em três pilares basilares: a missão, as infraestruturas e as pessoas – elementos interdependentes que se estruturam no pilar-mestre que são as pessoas, sem as quais a missão fica desprovida de sentido.

 

A docentes e investigadores/as é atribuída, primordialmente, a responsabilidade de transmitir e gerar conhecimento, participando no desenvolvimento científico, formativo e social. Os/as estudantes são o elemento ativo central desta missão. A vivência diária nos espaços da universidade — seja numa sala de aula, num laboratório, num átrio ou corredor — deve assentar no respeito e na empatia, promovendo o bem-estar de toda a comunidade académica.

 

Atualmente, docentes e investigadores/as são confrontados com exigências crescentes, que vão desde a constante de captação de financiamento até ao cumprimento de métricas rígidas de produção científica, fundamentais para a avaliação e progressão na carreira. A este esforço acresce, uma expansão da oferta formativa, procurando manter a sua qualidade. Estas exigências não têm sido acompanhadas por um reforço proporcional das estruturas de apoio ao nível da Universidade, o que tem levado a um aumento do trabalho administrativo e burocrático, que desvia do essencial: ensinar e investigar. Este contexto gera um crescente desgaste, afetando o equilíbrio e bem-estar de toda a comunidade académica.

 

A sociedade espera da Universidade um trabalho com qualidade e rigor, que seja também criativo e inovador. Para garantir essa qualidade na investigação e na docência, são necessárias políticas estruturais que assegurem um investimento financeiro digno, o reforço do apoio e da agilidade técnico-administrativo e uma liberdade efetiva para definir percursos pedagógico-científicos, bem como para participar na gestão e nas atividades de extensão universitária.

 

Quem ensina e investiga tem direito à progressão na carreira, com base em processos justos, transparentes e que reconhecem o trabalho e o investimento de cada pessoa em todas as dimensões da missão da Universidade. Só assim se assegura a motivação e o sentido de pertença – fatores essenciais para reforçar a cultura de qualidade e o cumprimento da missão universitária.