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As pessoas e os valores

Sofia Marques Silva, Luís Belchior Santos

A grandeza e a solidez de uma Universidade como a U.Porto constrói-se com o acumular e a partilha de conhecimento de diferentes gerações em que a renovação sem precariedade é fundamental para criar e garantir uma cultura de qualidade institucional sustentada na diversidade, liberdade participativa, motivação e reconhecimento dos seus atores principais, as Pessoas.

 

A docência e a investigação têm, nos últimos anos, sofrido mudanças estruturais significativas, decorrentes da exigência associada a uma estratégia de internacionalização que se quer sólida e, principalmente, decorrente do elevado nível competitivo associado à angariação de financiamento e produção científica. Estas exigências e desafios não têm sido acompanhados pela criação de estruturas de suporte ao nível da Universidade, o que resulta na proletarização do trabalho de docentes e de investigadores, visível no aumento do trabalho burocrático e técnico suplementar, conduzindo a situações de descontentamento, de desgaste ou, no limite, de alienação e desresponsabilização.

 

Ora, uma Universidade assenta em trabalho de qualidade e rigoroso, competitivo ao mesmo tempo que criativo e inovador. A manutenção da qualidade e da regularidade quer da investigação quer da docência necessita de políticas de fundo que lutem pelo investimento financeiro digno, pelo direito à progressão das pessoas docentes e investigadoras. Só assim poderemos assegurar que uma das dimensões de qualidade da U.Porto possa continuar: ensinar o que se investiga. 

 

O envelhecimento do corpo docente não tem sido compensado de forma regular com contratações suficientes, dando origem a uma sobrecarga da atividade letiva e à incapacidade de formação de novos docentes.  Defendemos contratações sustentáveis e em número adequado às exigências de um ensino de qualidade e da diversidade crescente dos nossos estudantes. Estas contratações devem evitar deturpações no processo de forma a reduzir a precariedade e, especialmente, o despedimento do pessoal docente e investigador.

 

Por fim, consideramos que a integridade de uma Universidade reside na sua  capacidade de incorporar na sua cultura processos de promoção do sentimento de pertença e de comunidade.

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